Me segurou um pouco manco,
Ode ao meu pé!
Meu pé
daqui desse ângulo
parece tão velho
Alguns calos,
poerias do chão
Meu pé que tanto me deu a mão,
aguentou tanto peso, tanto fardo
de me sustentar calado.
Aguentou meus surtos de dança,
fingindo ser pé de criança.
me mantendo de pé aos prantos.quando faço ele parecer alto ou fino.
Meu pé
Ele tem linhas da vida,
tem traços de castigo, de fadiga,
mas tem um charme curvo e bailarino.
Ele grita quando o impeço de ver o mundo,quando fico sentado, descrente.
Meu pé gosta de ser assim como é:
meio desleichado, sem salto
Meu pé implica com cada sapato
e canta quando aponta pro céu
Meu pé bate no chão impacienteme estimula a alcançar, sem bronca.
Meu pé é o teste pra ver se está frio ou quente
Ele se esforça pondo força só na ponta,se afasta de quem mira uma unha sua.
Meu pé se esquiva dos pisões da rua,
Meu pé fareja briga, e chuta
quem não compra minha lutaE me acompanha pelas minhas pegadas
No fundo, sou só eu, meu pé, e a vontade
Eu e meu pé companheiro
fazemos acordos
Eu deixo ele descansar,
mas muito parado me formiga teimoso
Meu amigo pé é ligeiro, tinhoso,
mas sabe bem o que quer.
relevou toda farpa sem arredar pé.
Tem que ser muito chinelo velho
pra caber nesse pé cansado.
É velho, caprichoso e suado,
mas é só meu e não se contenta com qualquer sola.
pra esse pé se torcer pra dar bola.
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