Um sopro de vida me pegou,
assim mesmo, igual uma brisa
no fim da tarde.
Me sacudiu como que num assalto
e me roubou do marasmo.
Um ventinho meio quente, meio gelado
arrepiou meus sentidos por um minuto
De repente me conectei com o mundo
e percebi como andava parada.
Foi meio moleque, tipo num susto.
Me despertou do sono do trabalhador cansado
e me levou para um outro diálogo.
Fora das portas dos restaurantes,
das janelas do apartamento,
eu comecei a conversar com o vento.
E ele me disse: o, Cristine, por que esta tão distante?
Só essa pergunta já me deixou radiante!
O vento sabe meu nome, o universo me chama,
Por que perco tempo abobalhada na cama?
Bora, Cristine, que esse vento é passageiro:
ou ele te carrega e revoluciona o conformismo,
ou ele te abandona sozinha no bueiro.
Vamo, garota, que pisca o olho e vira velha.
Sem ter mais vento que te empurre ou chame,
apenas a antiga e estática janela.
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