Pés quebrados
Parado, imóvel, estático,
alguns dias sem se distrair de mim.
Meus pés estão quebrados.
Nao dá para beber, fumar, beijar...
Nao dá para se despedir, fugir, desatinar.
Um minuto de intervalo, uma trégua, um abalo
e de repente sou só eu comigo mesmo
sem disfarces, falso acaso ou desespero.
Só espera, paciência, tolerância
com o que é meu, só meu, desde criança.
O sono, o estar, o pensar a existência,
um intervalo de reflexão sobre a descrença,
um corte violento na rotina entorpecente,
um parar do nosso viver maquinário crescente.
Estou apenas aqui, sem coleguismo, sem corrida,
sento em paz e solitário diante da vida
e aguento esse turbilhão que são nossos desejos.
Aguento ter medo de não atingir o que outros esperam,
aguento ser eu mesmo e não o que me impuseram.
Não temo sentir seja lá o que se sente,
não tenho mais vergonha de parecer ser gente.
Sinto demais e penso às vezes negativo
mas sou forte e fiel escudeiro do estar comigo.
Percebo a solidão como produtivo momento
Isso podia ser mais uma semana de setembro
mas é mais um dos meus mais bonitos recomeços!
Os pés estão quebrados, mas asas são de vento
e contra o vento não há queda, só eterno movimento.
Um comentário:
Linda demais essa minha irmã!
Até que seus momentos não foram de total solidão, né? Consegui fazer parte dessas horas de recomeço.
Você nessa condição de engessamento conseguiu me motivar e me alegrar nesses dias.
Te amo!
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