Em memória de uma época profissional infeliz
Moleca Executiva
Aqui, neste cubículo espremido de cidade,
Vejo minha criatividade
Reduzida a gotículas de poeira.
Essa enganosa luminosidade,
O encosto torto da cadeira.
Minha vida imprensada em grades,
Meu espetáculo estragando na geladeira.
As horas se arrastando inertes e amorais.
E de notícia do mundo,
Só a escravidão dos jornais.
Um fiasco de sentido passando pelo corpo.
O ar preso, quase um sufoco.
E o cheiro de papel frio, congelado.
O arrastar de cada momento suado
O isolado mundo ativo de cada um.
Uma rígida expressão contida,
Sedenta por um pouco de vulgaridade.
É o anseio diário por alguma novidade.
Moleca executiva, perdida,
Num escritório do centro da cidade.
Aqui, neste cubículo espremido de cidade,
Vejo minha criatividade
Reduzida a gotículas de poeira.
Essa enganosa luminosidade,
O encosto torto da cadeira.
Minha vida imprensada em grades,
Meu espetáculo estragando na geladeira.
As horas se arrastando inertes e amorais.
E de notícia do mundo,
Só a escravidão dos jornais.
Um fiasco de sentido passando pelo corpo.
O ar preso, quase um sufoco.
E o cheiro de papel frio, congelado.
O arrastar de cada momento suado
O isolado mundo ativo de cada um.
Uma rígida expressão contida,
Sedenta por um pouco de vulgaridade.
É o anseio diário por alguma novidade.
Moleca executiva, perdida,
Num escritório do centro da cidade.