domingo, 20 de maio de 2007

Horizonte


Quero me reencontrar com este eu-lírico..
Sem Fim

Cada momento da vida
Prossigo por toda sempre dividida
O pior carrasco de mim sou eu mesma
A melhor lembrança que tenho minha
é pensar que não tenho fim

Sentada na praça, eu leio o jornal
De onde pode me atingir o mal?
Tudo de mim comando pelo pensamento
Força maior que rege todas as coisas
Se algo é meu, também é meu o poder de sua cura
Não há insuficiência que para sempre dura
E nem pano que algum dia não enxugue


Não posso proibir que alguém me julgue
Mas o julgamento final eu sempre posso
Porque é meu, só meu, e não nosso
E meus princípios (embora perecíveis) eu sei de cor
Não há barbante que se amarre
Que eu mesma não possa desfazer o nó

Você pode me chamar de prepotente
A crítica é inofensiva, estou contente
Sublime virtude da vida vem de dentro
Não deixo de sucumbir ao sofrimento
Sem mais julgar o que é certo, eu me ajudo
Mas culpar o que sinto já não mais culpo


Não posso permitir que me escape a coragem
Não preciso de falsa camaradagem
Para me levantar, ajoelho no chão
Pode doer, posso me render à confissão
Mas não desisto de seguir viagem

A cabeça está sempre sob o ombro
E algum dia ela ressurge do escombro
E faz raiar o sol na lama do juízo que jazia
E faz nascer a relva esperança aonde tudo morria

O mundo gira apesar de meus conflitos
Em algum momento sempre me reconheço como um amigo
Amor maior eu sinto ainda por mim
Para sempre poder recomeçar
e sentir que em novos inícios não tenho fim

2 comentários:

Diego disse...

Cris, é uma declaração de força, confiança e amor em si mesma muito bonita. É bom ver que sabe a força que existe dentro de você. Meus parabéns, é linda! Um beijo!

Luluca disse...

É esta força que eu gosto de ver: "Não há insuficiência que para sempre dura / E nem pano que algum dia não enxugue"