sábado, 28 de abril de 2007

Momentos


Momentos Difíceis

Pensamentos perturbadores
Viram momentos duradouros
Parecem profecias inatacáveis
De que o que está sempre será
Momentos
Mudam sem prévio aviso
Leves rasteiras no estável
Maldições perpetuadas no juízo
Tormentos
Como tudo na vida, passageiros
Mas se fazem indesejados hóspedes
Que viram donos da casa
Roubam a cama, a mesa
Desfazem o alegre que sempre ria
Tremendo
De medo do nunca passar
Mas como disse
Momentos
Eternos na alma
Indefesos contra o tempo
Insistentes e dominantes
Curvam-se aos dias
Momentos que estão
Não são, não vão
Momentos de histeria
Também não são em vão
Transformam-se em sabedoria
Pequenos pedaços eternos
Não te aflijas
São momentos
Não são de eterna estadia

terça-feira, 24 de abril de 2007

Ponta cabeça


Olá!!! Aí vai uma nova poesia, para propor novos ângulos.. Beijos!!


De ponta a cabeça

O quão inquietante seria
Em um dia comum de trabalho
De repente virar ao contrário


Neste dia o simples pôr do sol
É o mesmo pôr da gente que assiste
O movimento da Terra rompendo o vácuo
Não é apenas nosso passivo espetáculo

Perceber que sutil agonia
Que ninguém me virou a cabeça
A cabeça que me vira nesse dia
O meio é o final de um começo
E o aceno de adeus
Representa ir e vir

Dormir de noite não descansa a mente
E quem diz sinto muito não sente
O homem que odeia mentira
sabe que no fundo mente

Insistir no bizarro da vida
De ponta a cabeça, não se intimide
Sentir sempre, o oposto do véu
De cambalhota quem sabe
Ir parar no céu

segunda-feira, 23 de abril de 2007

Inauguração


Olá pessoal!!! A partir de hoje este espaço está reservado para a minha arritmia poética! Vou postar poesias, novas e velhas, e espero criar uma rede de amigos que compartilhem deste interesse, além de atrair a atenção dos velhos amigos que gostem do assunto. Para "abrir os trabalhos", vou colocar aqui uma poesia que escrevi há algum tempo, mas traduz o que estou sentindo agora. Ela também está na minha página no Jornal de Poesia (http://www.revista.agulha.nom.br/poesia.html) Grande beijo e sejam bem-vindos!!!

Não quero mais falar de amor
Não quero rimas, métrica, rancor
Não quero leitor, choro, reconhecimentos
Não quero tormento e nem lápis de cor

Não quero mais pintar sorrisos
Não quero cobranças, sonhos inúteis
Não quero mais ouvir pessoas fúteis
Não quero nem entender o que se passou

Não quero esperar que nada aconteça
Não ´tô mais afim de condessa
Dizendo que é dona da verdade
Não quero mais falsa amizade
E nem propaganda na porta
Não vou mais ouvir essa droga
Desse noticiário mentiroso
Com esse apresentador asqueroso...
E nem quero mais que esse poema termine

Não quero também nenhuma regra
Não gosto de gente fingida
Detesto quem não pensa na vida
E também acho que eu já penso demais

Não quero barata, cupim nem bezouro
Não quero seu ouro nem que arranquem meu couro!
Não quero bandido, polícia, guerra
Não quero mais ser donzela, agora sou dona do morro!

Não sei o porquê da revolta
Não tenho motivo para tal
Se tivesse também não diria
Hoje não quero poesia
Só quero falar do que eu não quero

E para não dizerem que sou exigente
Eu aceito essa cervejinha gelada, com maresia
Para mim tudo bem uma sombrinha
E façam silêncio
Que essa rede não fica mais vazia.