quarta-feira, 17 de abril de 2013
Inveja
Comprei um lindo jardim colorido,
mas o dela tinha mais orquídeas.
Roubei o rabo de um gato para viver,
mesmo assim ele tinha mais vidas
Passei 12 dias correndo sobre o mar,
e minhas pernas ainda eram finas.
Tentei desejar ser alguém melhor
mas não fui quem desejei um dia.
Cega, vendada, a inveja chega a galope
Não nota a linda semente que brota
aos pés do cavalo em corrida.
Incrédula, descrente e sempre esbaforida,
não pressente a manhã que nasce,
se concentra na noite perdida.
Com os braços e pernas atados,
tenta a inveja seguir um caminho.
Mas nada é tão doce, tão limpo,
como cobiçar o que é do vizinho.
Afogada em desejos, nem nota os beijos
de tão lindo cavalheiro ao seu lado.
Ambiciosa ao extremo, não sente o alento
do que conquistou com seus passos.
Cruel e infeliz inveja,
enterra os sonhos em menores farelos
enquanto a realidade definha
em momentos cada vez mais belos.
Cobiça maldosa, deixa o dono sempre alheio.
Reduz a nada seus esforços notáveis,
turva e envelhecida a imagem no espelho.
Espero, inveja, com a força da minha estima,
que eu deseje apenas ser cada vez mais minha.
Que o único modelo que me instigue
seja ser eu mesma, até no pior deslize.
Que não me trave, não me amarre, não me estreite,
Só cobiço, inveja, que você me deixe!
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