Um tédio que corre pelas veias
total falta de inspiração
filme velho sem dilema, sem roteiro
uma transa de hora marcada,
mas sem tesão...
Entre quatro paredes, a monotonia
eu diante de um teclado frio feito pedra
e lá fora a vida a passar, o povo em folia,
enquanto vejo lisura, sonho com a guerra
Devia ter mais vontade, menos juízo,
mas até quando grito eu fico muda.
E o tempo urge, o pé formiga,
Dentro de mim não mais que fuga
Esse prédio enlatado, um cheiro de poeira,
um trabalho enfadado, uma ratoeira.
Essa poeta enjaulada em sua mesmice
pede por mais cena e menos reprise
Só quando o dia acaba e chega no lar,
essa jovem velha se põe a respirar
e nos olhos coloridos, a vida inteira,
de quem odeia ter que trabalhar